Não é uma eleição quem vai dizer se o futuro vai acontecer ou não. O futuro é agora. É neste momento, onde as coisas acontecem. Votar é um exercício de grandeza cidadã. Sem outras interpretações.
Há uma relação entre a elevação do nível de civismo, consciência política do eleitorado e a exigência de que as campanhas eleitorais sigam na normalidade. Não segue e não vai seguir assim.
Na medida em que o coronelismo, os currais eleitorais e o clientelismo perdem força, o eleitorado, liberto das amarras do obscurantismo e da subserviência, requer a prática do exercício da cidadania para, neste ato político, romper ou ser cooptado. Não há escolhas. A democracia só ganha, antes de tudo, na ativa demonstração de cidadania.
A campanha eleitoral é uma guerra. O voto é a bala que mata e salva. Se assim é uma verdade, é nele que se deposita todas as forças possíveis para colocar o certo sobre o errado.
O voto não pode ser um instrumento de venda, troca ou favores. Mas é usado como. Comprar e vender o voto significa assassinar a democracia. Não se sabe ou se conhece um só local, em qualquer parte do mundo, que tenha conquistado liberdade e desenvolvimento com a negociação do voto.
A prática é um assassinato declarado aos sonhos do Estado de Direito. Com a venda e a compra, dois personagens aparecem bem nisso tudo. Um é o corrupto e o outro também. Vender o voto ou comprar ele, precisa, antes de tudo, jogar a dignidade na fossa e, depois, todos mergulharem nele.
O Estado é falho porque quem o constrói são sujeitos sujos, que destroem a cidadania e maquinam liberdade. Não há liberdade dentro da prisão. O cidadão que vende o voto é um necessitado, o que compra é o bandido. Eles se aproveitam da inocência e fragilidade alheia para sufocar os sonhos de todos.
Votar é liberdade, mas a escolha, nem tanto. Quando se aprisiona as pessoas na dependência, se escancara o Brasil destruído.
Uma pena que seja assim e, pior, quem pratica, sai rindo.
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