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Entrevista | Jorge Bornhausen faz leitura nacional e endurece contra família Bolsonaro

Por: Marcos Schettini
21/09/2019 14:23 - Atualizado em 21/09/2019 14:36
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Em entrevista exclusiva concedida ao jornalista Marcos Schettini, o ex-governador e ex-senador Jorge Konder Bornhausen falou sobre rumos das eleições de 2020, avaliou os governos Moisés e Bolsonaro, analisou os modelos de Reforma Tributária e, novamente, defendeu a liderança de Napoleão Bernardes. Embaixador do Brasil em Portugal entre 1996 e 1998, JKB afirmou que a indicação de Eduardo Bolsonaro para a Embaixada do Brasil nos Estados Unidos é um presente do pai. É enfático ao dizer que, se estivesse no Senado, votaria contra a indicação. Confira a entrevista na íntegra:

Marcos Schettini: O senhor deu palestra em SP sobre a Reforma Tributária. Qual é a ideal?

Jorge Konder Bornhausen: Os projetos em curso, na minha opinião, estão fora da realidade, pois não consideram o Sistema Tributário com uma consequência do Pacto Federativo. Na realidade, o grande desperdício nasce na distribuição de competências contidas no Pacto. Existem, pela Constituição, 29 competências comuns a União e aos Estados e DF (art. 22) e mais 12 em comum para os três entes federativos (art. 23). Deveríamos, portanto, primeiro distribuir corretamente as competências, eliminando a maioria das duplicidades e triplicidades. Assim, não teríamos disparates como o de três órgãos tratando do meio ambiente, três entes atuando no ensino superior, médio, técnico e fundamental. Racionalizadas as competências, aí sim poderíamos simplificar a tributação e estabelecer de forma justa a distribuição dos recursos e assim poderíamos diminuir a nossa elevada carga tributária.

Schettini: Por que o imposto único é um tabu?

JKB: O imposto único, pela sua cumulatividade, torna-se impraticável para setores importantes, o que anula qualquer possibilidade de sua implantação.

Schettini: O Brasil caminha para qual direção eleitoral em 2020?

JKB: Ainda é cedo para dizermos, pois não afasto a hipótese de avançarmos num novo sistema de governo, o parlamentarismo, agora que o Congresso viu a sua força no episódio da Reforma da Previdência.

Schettini: Como o senhor avalia o governo Bolsonaro?

JKB: Temos 70% de ministros muito competentes. Se o Presidente e seus filhos não atrapalharem com suas falas disparatadas, poderemos ter melhoras sensíveis no País.

Schettini: É correta a iniciativa do presidente ao indicar o filho Eduardo Bolsonaro como embaixador?

JKB: O presidente fez o anúncio como um presente de aniversário para seu filho. Poderia ter o escalado para a inútil Embaixada em Bahamas. Seria mais apropriado para ele e com menor risco para o Brasil. Se eu estivesse no Senado, meu voto seria contra a indicação.

Schettini: O governador Carlos Moisés tem pouco diálogo com a sociedade. O modelo dele funciona?

JKB: Para quem foi eleito conhecendo pouco seu Estado e escolheu uma equipe de amigos e não de técnicos de comprovada competência, o melhor conselho é viajar muito todo Estado e colher opiniões sobre os que melhor conhecem nossos problemas e que podem sugerir as melhores soluções. Aí não teria cometido o erro imperdoável de aumentar a tributação do nosso agronegócio. Fruto do desconhecimento, especialmente do nosso Estado da BR-116 para cima.

Schettini: O Napoleão Bernardes é uma aposta do PSD. Não foi muito cedo a filiação dele?

JKB: Uma aposta correta num jovem preparado e que tem espírito público. Acho que ele acertou ao fazer logo sua filiação para poder se preparar e participar ativamente nas eleições municipais do próximo ano.

Schettini: O efeito político silencioso que ocorreu em 2018 pode ter sequência em 2020 e 2022?

JKB: Na minha opinião, o sentimento de renovação continuará, mas de forma mais seletiva. A qualidade do candidato será melhor avaliada pelo eleitor.

Schettini: O modelo de alianças como a construída por LHS pode acontecer em 2022?

JKB: Com o fim das coligações nas eleições proporcionais, o modelo ficará mais difícil de se afirmar, porque os partidos terão, por questão de sobrevivência, que buscar o maior número possível de candidatos a governador.

Schettini: Quais nomes o senhor observa como safra política do futuro?

JKB: A nível estadual, além do Napoleão, já no palco, será mais prudente avaliar outros nomes depois das eleições municipais e, também, mais à frente ver os destaques na atuação de nossos atuais parlamentares.

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