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Justus, mas não todo; O tamanho do asteroide; As medidas duras; Sem medo é pior; Quarentena na Quaresma

Por: Marcos Schettini
24/03/2020 12:06 - Atualizado em 24/03/2020 12:08
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Cristiano Estrela/Secom

Quarentena na quaresma

No aniversário de Florianópolis, a capital mais linda do país viu as ruas ficaram vazias, as praias isoladas, desérticas e com a alegria desaparecida. O coronavírus tirou as comemorações e ampliou sua força. À tarde, o governador anunciou mais sete dias de medidas, ainda mais duras, para conter o avanço da doença. Se hoje é o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, por ter vencido também este mal, tem-se alimentado a certeza de que, também, a humanidade vai suplantar este outro inimigo. Carlos Moisés está medindo as decisões à conta-gotas, conforme for a necessidade. A campanha “Fique em Casa”, ganhou altura de consciência. Os ilhéus, como em todos os lugares, deixam ruas, praças, o riso barulhento do brinde aos sábados do Mercado Público, para mais adiante. Comemorar a vida como sempre foi, vai demorar mais um pouco. Mesmo que Justus tenha, em seu sobrenome, toda a injustiça de seu raciocínio.



POIS
Talvez o coronavírus faça as pessoas entenderem que a ciência é mais importante que fazer arminha. E que o vírus do mal não se mata com fuzil. Que é preciso investir no conhecimento. Que um ministro idiota na Educação, tem efeito direto no cérebro da sociedade.



CERTO
Roberto Justus falou muitas verdades. Talvez na frieza do cálculo egoísta, mas no passar da régua, o sinistro quadro que vai ficar depois, é o espectro do efeito que o desgraçado vírus vai fazer chegar na vida de ricos e pobres. O empresário sabe, por sua competência e dinâmica que, nem Dante, no seu inferno imaginário, faria melhor.



DUREZA
O coronavírus mudou tudo. E não precisa relatar para o leitor os efeitos da existência deste monstro que ainda não feriu, de verdade, o coração do sistema. Roberto Justus e Luciano Hang, que falam na língua cifrada, sabem que o tamanho do prejuízo indo a seus encontros, só está taxiando.



EFEITO
Toda a preocupação de que o desemprego em massa, miséria matando mais que o coronavírus, não está separado do todo. Não existe o raciocínio de que a doença vai ser menor que as consequências. A desgraça que observam, é o rastro. São como os pingos de sangue que levam até o coração ferido.

ASTEROIDE
Se a anomalia, só mandando os meteoritos, faz o estrago agora observado, o Armagedom nem entrou ainda na camada de ozônio. Ao bater no coração da Terra, no Brasil na metade de abril, vai quebrando a espinha do capitalismo mundo afora. Se menos em um lugar, mais em outro.



PODEROSO
A fenda da queda do coronavírus, liberando a energia do caos que Justus e Hang veem bater à porta, quebrando a coluna vertebral do sistema, mostra a fragilidade do homem diante do invisível. O noticiário falando apenas disso, morte física e financeira, é exatamente a união da desgraça.



FRACO
As pessoas sabem se proteger da doença. É confinamento, tomar banho, lavar as mãos, álcool gel 70%, jogar truco, dama, xadrez, livros, assistir ao Globo News, CNN e, à noite, ao JN. Pela manhã, novos decretos parando tudo. Passam dias, repete tudo. Se sobrar tempo, carinho e seus efeitos.



BACANA
Roberto Justus e Luciano Hang, assim como todo o mundo, sobra tempo para, também, filmar declarações de que o vírus vai matar 10 mil, ou 12 mil pessoas, não é nada diante do prejuízo no sistema. Colocar 22 mil desempregados na rua, mesmo com a desgraça lá fora, afirma estar com o bolso sobrando dinheiro.


MATEMÁTICA
O que é morrer 12 mil pessoas diante do caos que os dois empresários, Hang e Justus, veem após o anjo da morte passar pelo Brasil como tem feito no mundo? A equação macabra não é perder pessoas que se ama, isso não é nada. O ruim é o desemprego. A miséria matando, depois, é só consequência.


CRUEL
Aqueles caixões que a Espanha e a Itália, quase Nova York, tem mostrado, sendo cremadas porque não tem onde sepultar, seus amados, ainda vivos, chorando sem poder se despedir, não é nada diante do prejuízo no sistema. A dor, real, é ver os corretores das Bolsas sentados no chão desiludidos com nova queda.



NADA
O que são cidades vazias, pessoas morrendo, tristeza expressa, diante do sistema? O que é lágrima caída de saudade pelos amados distantes? O almoço, o cinema, o parque com crianças, o nado no rio, o flerte na loja, no semáforo, o cachorro-quente da moçada se, para tudo, é preciso produção para dinheiro comprar estes momentos?



ENTÃO

Como Roberto Justus, 65 anos, despreocupado com a quantidade de pessoas que vão morrer, vai ter uma vida de felicidade ao lado de brotos à metade de sua idade, desfilando em grandes cidades do mundo e à mesa dos melhores restaurantes, com a desgraça do sistema esvaziando seu cofre lucrativo? É o vírus matando o factoide.




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