Não há vácuo na política, e quem cala em ato de agressão internacional claramente toma partido pela parte mais forte.
Sem se imiscuir aqui em juízos morais e éticos, busca-se analisar fatos apenas, de forma impessoal.
No auge da escalada militar russa contra a Ucrânia, Bolsonaro procurou Putin “na sala de estar da invasão anunciada", e para dissuadi-lo não o foi. A declaração do nosso presidente de solidariedade à Rússia, somado ao seu silêncio sobre a invasão de ontem, se não diz tudo, diz muita coisa.
A hipótese mais provável, é que antevendo embargos econômicos da Europa e EUA contra a Rússia, Bolsonaro tenha visto numa aliança com Putin uma forma de ampliar o mercado de exportação nosso para os russos.
De outro lado, o temido aplicativo Telegram é russo e causa preocupação a ministros do STF para a eleição nacional e regional que se avizinha em sala tupiniquim. Há quem diga que possa ter ocorrido tratativas sobre “cibernética”, uso de internet, e claro, eleições de 2022 (não nos olvidamos que Putin ajudou Trump se eleger, conforme investigações dos próprios americanos).
Enfim, ao trazer os russos para si a conta é simples: Bolsonaro busca também os tirar do PT, e isso tem peso dois, mais um para Bolsonaro, menos um para o PT.
O silêncio eloquente de Bolsonaro sobre a invasão dos russos à Ucrânia é sintomático, flutua nas águas da posição chinesa, indiana, paquistanesa, ou seja, “em mares" dos BRICS, significando uma guinada da política internacional, saindo da esfera da de influência norte-americana (naturalmente, ante a derrocada do aliado Trump) e tomando o caminho de volta à política externa desenvolvida pelos petistas, sob influência da China, Índia e Rússia. BRICS na veia.
Já os ucranianos, como sói acontecer na história da humanidade, ficaram com o pincel na mão e o Putin no quintal, a corda arrebenta no lugar mais fraco...
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