Uma tela de cinema gigante e inflável integrou a paisagem cultural de diferentes comunidades rurais e indígena durante o mês de março no oeste de Santa Catarina. Com a proposta de descentralizar o acesso ao cinema e trazer para o público histórias que, mesmo passando na tela integram o nosso cotidiano, o projeto “Cinema na Linha” chegou aos municípios de Itapiranga, Ipuaçu, Seara, São Lourenço e Água Doce -cada um localizado em uma microrregião do Estado.
Contemplado pelo Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura em 2021, na modalidade Patrimônio Imaterial, por meio da Fundação Catarinense de Cultura, desenvolvido com recursos do Governo do Estado de Santa Catarina, a iniciativa trouxe como objetivo oportunizar o acesso a ações culturais, de maneira gratuita e descentralizada.
“Estamos muito felizes em finalizar mais uma etapa, mais uma edição do Cinema na Linha, levando sessões de cinema à comunidade e da maneira com que acreditamos que deva ser: descentralizada, indo de encontro às pessoas e às comunidades. Essas ações chegaram de maneira gratuita ao público a partir dessa importante política pública que temos em Santa Catarina, que é o Prêmio Elisabete Anderle, que possibilitou que todos esses encontros acontecessem”, pontua Ilka Goldschmidt, idealizadora do Projeto.
Longe de espaços tidos como convencionais, o projeto da Margot Filmes ampliou as possibilidades de criação e experiência cultural no interior. A equipe percorreu cerca de 1.500 km,montou o equipamento em espaços com vínculo comunitário como pátios de escolas, em frente a igrejas, salões da comunidade, estradas ou ginásios.
Nas sessões dois filmes foram exibidos em cada localidade: “O Salame vai à feira” e “Kiki, o ritual da resistência Kaingang”, ambos filmes documentais, produzidos pela Margot Filmes, que retratam diferentes manifestações culturais no oeste catarinense.
“O Cinema na Linha surgiu primeiro com a ideia de levar o cinema pra onde ele não chega, para regiões descentralizadas onde dificilmente as pessoas têm acesso a uma sala de cinema convencional, geralmente dentro de um shopping, por exemplo. Também como forma de oportunizar que a comunidade conheça os filmes que são produzidos aqui no oeste sobre a sua história, sobre os seus fazeres culturais, que é um patrimônio imaterial do nosso Estado. As pessoas se reunindo, à noite, num ponto central de sua comunidade para assistir a um filme que também falava da sua história, foi um momento muito importante”, conta Cassemiro Vitorino, da Margot Filmes.
CONTINUIDADE
Além da exibição, cada comunidade recebeu em uma instituição de ensino da sua localidade uma oficina de audiovisual direcionada a estudantes de escolas públicas. A atividade, contrapartida do projeto, abordou a produção de vídeo com o smartphone e trouxe como objetivo possibilitar às próprias comunidades o registro da sua cultura e das suas histórias. Ao todo foram cinco oficinas tendo como público alvo estudantes de escolas e projetos rurais e da Terra Indígena Xapecó.
O Cinema na Linha já encerrou sua segunda edição, mesmo assim, periodicamente, desenvolve ações em diferentes comunidades. Você pode acompanhar o projeto pelo aplicativo Instagram através do perfil @cinemanalinha .
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