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Unochapecó e Prefeitura de Chapecó garantem acessibilidade às escolas municipais

Por: LÊ NOTÍCIAS
15/03/2018 09:14 - Atualizado em 15/03/2018 09:15
Unochapecó fica responsável pela elaboração dos projetos e a Prefeitura pela execução das obras (Foto: Unochapecó) Unochapecó fica responsável pela elaboração dos projetos e a Prefeitura pela execução das obras (Foto: Unochapecó)

Se imagine cadeirante e precisando chegar a um espaço que somente tenha escadas. Ou um deficiente visual com uma série de obstáculos pela frente. São situações nada fáceis. Por isso, oferecer acessibilidade tem sido uma das grandes preocupações das últimas décadas. Para adequar as escolas de Chapecó neste ponto, a Unochapecó e a Prefeitura firmaram um convênio. O objetivo é que ambas as instituições trabalhem juntas para oferecer ambientes mais acessíveis à população. O projeto atende a Lei 13.146/2004, que assegura e promove a inclusão da pessoa com deficiência.

Quem está auxiliando em todo esse processo é o curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade. São oito acadêmicos que trabalham como estagiários, além da professora Paula Batistello e a arquiteta e urbanista Mariana Panzera. Juntos são responsáveis pela elaboração dos projetos, que seguem as normativas municipais e de acessibilidade, enquanto a Prefeitura pela execução das obras. Desde abril de 2017, quando o convênio foi assinado, 12 projetos de adequações já foram entregues pelo curso.

Para a Unochapecó, desenvolver esse trabalho significa cumprir o seu papel de universidade comunitária. Sem contar que representa uma grande oportunidade de aprendizado para os estudantes. "Os acadêmicos do curso de Arquitetura e Urbanismo ampliam suas discussões práticas, se aprofundando em todas as normativas de acessibilidade e especialmente participando da vida na comunidade, conhecendo as escolas existentes e se propondo a achar soluções adequadas para os estudantes do município", comenta a professora.

A troca de conhecimentos torna esse projeto ainda mais bonito. "As escolas recebem a nossa equipe com grandes expectativas, e é uma troca de conhecimentos e anseios muito legal. Hoje o maior desejo do grupo é ver as escolas acessíveis e as crianças exercendo seus direitos de liberdade e independência, podendo ir e vir com autonomia a partir de seus condicionantes", complementa.

Para o município, ter um grupo de pessoas concentradas fazendo esse trabalho diariamente faz com que as soluções sejam padronizadas, razoáveis e executáveis, e agiliza um processo esperado pela comunidade. “Este convênio é muito importante pois é dever do administrador público levar para dentro da Universidade problemas concretos da Administração Pública. Essa iniciativa é muito válida e permite destacar que os acadêmicos já estão prestando serviços de alta qualidade, auxiliando o Poder Público a resolver problemas nas diversas comunidades”, afirma o procurador geral do município, Ricardo Cavalli.

VIVER A PROFISSÃO

O estágio é uma fase importante na vida do estudante para adquirir mais experiência e conhecimento. Katiana Chiarello, estudante do 9º período de Arquitetura e Urbanismo, está bem perto de se tornar uma profissional. E mesmo antes disso acontecer, ela já tem a oportunidade de vivenciar o mercado de trabalho. "Aprender e entender mais sobre as normativas, colocar tais normativas em prática, ir a campo medir, fotografar e entender a realidade dessas escolas. São itens que contribuíram e muito na nossa percepção sobre o que estamos fazendo e para quem estamos fazendo", comenta a acadêmica, uma das estagiárias do convênio.

Com essa experiência, a estudante garante que sairá da graduação com um pensamento bem mais amplo, em todos os sentidos. "Participar de projetos como este são capazes de fazer com que a gente aprenda a se colocar no lugar do próximo. Imagine como deve ser difícil não poder explorar todos os lugares de uma edificação porque não consegue chegar até lá. Saber que você pode mudar essa situação apenas criando uma rampa ou colocando um corrimão da altura certa é muito gratificante".

A também estagiária Caroline Demarchi, estudante do 9º período de Arquitetura, considera o projeto uma oportunidade profissional e pessoal. "Primeiro de tudo aprendemos a nos sensibilizar muito mais com as necessidades dos outros. Além, é claro, da experiência técnica adquirida, como realizar levantamento a campo, entender as normas necessárias para os projetos e aprender como funciona as necessidades de cada ambiente, de cada escola".

MOTIVO DE ORGULHO

Atuar como parceira deste projeto já é motivo de orgulho para a Universidade. Mas ter uma egressa do curso de Arquitetura e Urbanismo coordenando as atividades é ainda mais. Mariana Panzera se formou na Unochapecó em 2013 e agora acompanha as ações realizadas pelos estagiários, nas dependências da Unochapecó e nos levantamentos a campo nas escolas. Ela também promove a integração do trabalho com as necessidades e expectativas do município. "É gratificante reconhecer que a formação de arquiteta e urbanista permite atuar em um projeto como esse, que é instrumento de garantia a direitos fundamentais, principalmente voltados à igualdade e educação", analisa.

A egressa afirma que o preparo que recebeu da Universidade foi fundamental, principalmente no compromisso ético da profissão. "Levo como lição sempre buscar as melhores alternativas para as propostas de projeto. É importante ressaltar que a troca de conhecimento e as experiências com as estagiárias possibilitam descobrir novas ferramentas que aprimoram e enriquecem a concepção projetual".


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