Ulisses Gabriel é delegado de polícia e presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Santa Catarina (Adepol-SC), sendo eleito duas vezes para o cargo. Nasceu em Turvo, no Sul do Estado, em 19 de maio de 1982, sendo filho de um caminhoneiro e uma professora. Começou a trabalhar aos sete anos, quando o pai deixou as estradas para abrir uma pizzaria e aos 12 anos, ele já dominava a habilidade de cozinha e preparava as pizzas para os clientes. Formado em Direito pela Unisul, campus de Araranguá, Ulisses foi destaque na sala de aula e também após o curso, quando foi trabalhar assessorando juízes, até prestar concurso para delegado. É a primeira vez que pretende disputar um cargo para Assembleia Legislativa, trazendo a experiência da família da esposa, Thayni, que é filha de José Carlos Librelato, falecido em 2013, onde auxiliou nas campanhas do sogro em Orleans. É filiado ao PSD desde 2014 e é pré-candidato a deputado estadual.
LÊ NOTÍCIAS: O Brasil necessita de juventude e renovação. O senhor está preparado para representar Santa Catarina?
Ulisses Gabriel: Eu me preparei ao longo do tempo, procurei estudar muito e me envolver com cargos, que pudessem me dar uma certa experiência. Quando eu me tornei professor universitário, comecei a perceber uma mudança, onde os jovens estavam mudando e se tornando mais críticos das estruturas, da situação burocrática do serviço público, que é extremamente demorada. Então iniciei uma especialização em Gestão Empresarial e depois outra, em Marketing Empresarial e Governança Corporativa, para aplicar na gestão pública. Devido a nossa insistência, em 2017, o então secretário da Segurança Pública fez um pedido de efetivo de 25 novos delegados, conversamos com o então o secretário da Fazenda, Antonio Gavazzoni, e ele autorizou 45, para que cidades de pequeno e médio porte fossem contempladas. Nesses municípios pequenos, havia um efetivo muito deficitário, em especial na situação de delegados, então no final de 2017, surgiu a ideia de termos um representante da Polícia Civil na Assembleia Legislativa, que buscasse, com conhecimento técnico, uma análise da Segurança Pública para pleitear as melhorias necessárias, pois ainda há muito a avançar. Nós temos uma deficiência no efetivo e precisamos investir em novas tecnologias para isso.
LÊ: O Sr. defende duas grandes bandeiras, como a Educação e a Segurança Pública. Correndo o Estado, esses são os anseios primordiais da sociedade?
Ulisses: Eu conheço bastante de Segurança Pública, porque eu estudei e me dediquei nesta área. Não conheço a Saúde, mas eu tenho certeza que se fizer uma pesquisa hoje, sobre as maiores necessidades da comunidade, as respostas serão a Saúde, Segurança Pública, Infraestrutura e Educação, que precisa de investimento imediato para colher no futuro. Na Segurança Pública, deve haver melhoria da gestão, no setor de RH, com mais tecnologia e menos papel, com mais dinâmica. Temos a possiblidade da aquisição de equipamentos, scanners, para o monitoramento de placas de veículos na rodovia, a criação de um banco de imagens de pessoas em parceria com o IGP e de digitais, para que possamos usar mais tecnologia. Na questão das fronteiras, nós sabemos que entra muita droga, munição, armas e explosivos, os quais são utilizados por facções criminosas.Por exemplo, a Cidasc tem 70 barreiras sanitárias, que transformam Santa Catarina em um local livre de febre aftosa. Deveria ser feito algo na Segurança Pública e seguir as experiências da Cidasc, para também barrarmos a entrada de criminosos de outras regiões. Temos que trabalhar também a motivação do policial, que não tem promoção em sua carreira, enquanto que no setor privado isso acontece corriqueiramente. Hoje temos uma polícia séria, sem esquemas ou milícias, e isso faz com que sejamos equiparados a países da Europa, por isso devemos valorizar nossos policiais.
LÊ: O senhor pretende levar as boas ações da polícia para a política, dando respaldo à população?
Ulisses: Eu quero aplicar as regras que eu aplico na Segurança Pública, quero aplicar na política, esse é o ideal e eu construí uma história. Eu não posso jogar fora todas essas experiências, tudo que eu construí até hoje. As mãos limpas terão de dar o tom à companha de 2018.
LÊ: Em âmbito estadual, o senhor acredita que o PSD deve ter uma candidatura própria ao Governo do Estado?
Ulisses: Eu acredito que o partido deve ter um projeto próprio, para poder se aplicar o que nós já estamos discutindo, principalmente em Segurança Pública e às vezes, com muitas amarras, com muita estrutura junto, de cargos, nós não conseguimos pegar e ter recursos para investir em Segurança Pública. Eu acredito que nós temos que ter uma estrutura cada vez menor, contudo mais eficiente e menos burocrática. Tem de haver uma aliança que queira agregar a esse projeto, que foque em Segurança Pública. Esse candidato, pelo que se vê, é o Gelson Merisio, então nós teremos que unificar as alas do partido, para termos um avanço.
Foto e texto: Axe Schettini/LÊ NOTÍCIAS
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