A situação financeira, a falta de recursos estaduais, o risco de colapso, a necessidade de maior atenção dos agentes públicos e futuras ações foram assuntos tratados nesta quarta-feira, 25 de julho, por dirigentes da Associação Hospitalar Lenoir Vargas Ferreira em reunião do Centro Empresarial de Chapecó (CEC). Eles fizeram apresentação sobre a situação do Hospital Regional do Oeste (HRO) e de outras duas unidades administradas pela associação, o Hospital da Criança e o Hospital Nossa Senhora da Saúde, de Coronel Freitas.
O presidente do CEC, Neloir Antônio Tozzo, destacou a atuação de um grupo expressivo de voluntários na diretoria e conselho da associação e lamentou a falta de apoio das autoridades estaduais, especialmente dos deputados da região, para a obtenção de mais verbas. Para o empresário, não é mais possível que sejam feitas constantes “peregrinações para implorar recursos”. Os dirigentes de 16 entidades e sindicatos empresariais que fazem parte do Centro reafirmaram a necessidade de maior vontade política e de representantes efetivamente comprometidos com as demandas da região.
Conforme o presidente da associação, Severino Teixeira da Silva Filho, mesmo com o controle que tem sido feito para o equilíbrio entre a receita e as despesas, há o risco de colapso por falta de capacidade instalada se o governo do Estado não ampliar o investimento, que atualmente é de R$ 1,8 milhão para a folha de pagamento. Acompanhado pelo vice-presidente Rogério Getúlio Delatorre, pelo presidente do Conselho Delegado de Administração, Gelson Dalla Costa, e por assessores, Severino lembrou que a condução da entidade é feita por 42 membros, que representam instituições da comunidade.
Verbas pelos méritos
Ao avaliar as verbas estaduais destinadas em maior volume para outros hospitais no Estado, o dirigente afirmou que a distribuição de recursos deveria ser feita pelo critério da meritocracia, considerando a produção e a eficiência. Entre as necessidades apontadas, para ação do governo do Estado, estão a conclusão do novo prédio e a mudança do Instituto Médico Legal, para que possa ser ampliado o pronto socorro, que mantém o mesmo espaço desde a inauguração do hospital, em outubro de 1986.
Outros desafios apontados, para o biênio 2018/2019, compreendem o reconhecimento e implantação do Hospital Escola, a construção de heliponto próximo ao pronto socorro, a implantação da alta complexidade nas especialidades cardiológica, neurológica e vascular e a captação de recursos privados. Também foi citada a necessidade de transformação do Hospital da Criança, hoje bancado por Chapecó, mas com atendimento a 40 municípios, em Hospital Pediátrico Regional.
Onze milhões por mês
Em 2017, Associação Hospitalar Lenoir Vargas Ferreira teve a média mensal da receita de R$ 11,2 milhões, enquanto a média das despesas chegou a R$ 11,5 milhões. Mensalmente, responde por uma injeção de recursos da ordem de R$ 7,4 milhões em remuneração para funcionários, honorários médicos e pagamento de terceirizados. Somente o Hospital Regional e o Hospital da Criança representam 44,17% do movimento econômico do setor da saúde em Chapecó.
No ano passado, o Hospital Regional teve a média mensal de 1.741 internações e de 5.577 atendimentos no pronto socorro, enquanto o quadro de funcionários chegou a 994 e o corpo clínico a 304 médicos. Atualmente realiza a média de 1,3 mil cirurgias por mês, mas de acordo com a Central de Regulação de Internações Hospitalares, em junho passado o Hospital Regional, que atua com 27 especialidades médicas, possuía 1.714 pacientes na lista de espera para a realização de procedimentos cirúrgicos.Rua São João, 72-D, Centro
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