O Mutirão do Novembro Azul realizadonos serviços de saúde no sábado (24) em Chapecó foi um momento voltado à saúde do homem, em alusão ao movimento que ocorre em vários países e que chama atenção para o câncer de próstata e outras doenças que afetam a população masculina. Os 26 Centros de Saúde da Família estiveram abertos para atendimento aos homens, além da oferta de testes rápidos no Terminal Urbano pelo SAE/DIA e de consultas especializadas no Centro de Referência em Especialidades de Saúde Municipal.
Foram ofertadas consultas médicas, consultas de enfermagem, avaliações odontológicas, testes rápidos para Infecções Sexualmente Transmissíveis (sífilis, HIV, hepatite B e hepatite C), além de atividades educativas e orientações em sala de espera por equipe multiprofissional. Percebeu-se que muitos homens de diferentes faixas etárias procuraram os serviços ofertados nas Unidades Básicas de Saúde. Nas unidades básicas de saúde, foram realizados no dia 24: 2261 testes rápidos para HIV, sífilis, hepatite B e/ou hepatite C, 334 exames de saúde bucal, 1695 consultas médicas e de enfermagem. Dos testes rápidos realizados, 7 foram positivos para Hepatite B, 2 positivos para Hepatite C, 7 positivos para sífilis e 1 positivo para HIV.
O mutirão contribui para o acesso de homens aos serviços de saúde, de forma a contribuir para a promoção de saúde e prevenção de doenças, assim como diagnóstico precoce e tratamento adequado de infecções transmissíveis.
SAIBA MAIS
O movimento denominado “Novembro Azul” é uma campanha para conscientização da sociedade e especialmente dos homens sobre as principais doenças que acometem a população masculina, principalmente o câncer de próstata. O “Novembro Azul” teve início na Austrália, em 2003, tendo relação com Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, 17 de novembro. Historicamente, os homens sempre procuraram menos os serviços de saúde, realizaram menos exames, foram as maiores vítimas das causas externas. Em que pese essa realidade ter se modificado parcialmente com o tempo, seus reflexos ainda hoje podem ser percebidos. A expectativa de vida dos homens foi e continua sendo menor que a das mulheres. Em Santa Catarina, a expectativa de vida para as mulheres é de 82,4 anos, ao passo que para homens é de 75,8 anos.
Dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade demonstram que nos últimos anos, a principal causa de morte em homens de Chapecó têm sido as doenças do aparelho circulatório (1º acidentes vasculares encefálicos, 2º doenças hipertensivas e 3º infarto agudo do miocárdio), neoplasias (1º câncer de pulmão, 2º próstata e estômago, 4º Sistema Nervoso Central e 5º esôfago). Chama atenção o elevado número de óbitos por causas externas, inclusive de suicídios, que foi maior do que os registrados em mulheres. As principais causas externas de mortalidade em homens de Chapecó são: 1º agressões, 2º acidente de transporte; 3º suicídio, 4º quedas. As taxas de óbito são maiores nas faixas etárias superiores a 60 anos, mas em 2016 houve um número expressivo de óbitos em homens jovens (31 óbitos de 20 a 29 anos, 40 óbitos de 30 a 39 anos, 47 óbitos de 40 a 49 anos e 70 óbitos de 50 a 59 anos).
Especificamente com relação ao câncer de próstata, estima-se que todo ano sejam diagnosticados 70.000 casos novos no Brasil. É o segundo tipo de câncer mais comum, atrás somente do câncer de pele. Alguns dos tumores de próstata podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à morte. No entanto, a maioria dos casos possui cura quando diagnosticado precocemente. O diagnóstico do câncer de próstata é realizado pelo urologista, que é o especialista em vias urinárias, mas o primeiro atendimento é realizado na unidade básica de saúde. Para tanto, é preciso associar o exame de PSA (realizado no sangue) e o toque retal. Outros exames também podem ser necessários.
Além do câncer de próstata, outros dados chamam atenção, como as infecções sexualmente transmissíveis. Números da Vigilância Epidemiológica de Chapecó apontam cerca de 500 casos novos de sífilis neste ano em Chapecó. Dentre estes, merece destaque o aumento de casos em homens jovens e idosos. O número de casos de HIV também aumentou na população masculina. Percebe-se que os homens aderem menos ao tratamento da sífilis, realizam menos testes rápidos para detecção das ISTs, participam menos de consultas. Cerca de 2/3 das consultas a que o homem comparece foram agendadas por mulheres (esposa, mãe, irmã, filha). O homem também adere pouco às consultas de pré-natal e, muitas vezes, não realiza a consulta de pré-natal do parceiro ou o tratamento de doenças como a sífilis na gestante, quando o parceiro obrigatoriamente precisa ser tratado.
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