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Professor Anderson Tedesco dribla dificuldades do interior e torna-se doutor

Por: LÊ NOTÍCIAS
17/04/2019 16:15 - Atualizado em 17/04/2019 16:55
Divulgação/LÊ Anderson Tedesco ao lado da banca de professores que aprovou, com conceito A, sua tese de doutorado na PUC-PR Anderson Tedesco ao lado da banca de professores que aprovou, com conceito A, sua tese de doutorado na PUC-PR

Por Axe Schettini

Diferente do rumo da maioria dos jovens nascidos no interior, o professor Anderson Tedesco quebrou regras para chegar ao ápice da vida acadêmica. Nascido em Jaborá, no Meio-Oeste, quando jovem tinha as dificuldades de viver em cidade pequena, com poucas oportunidades de estudo e trabalho. Ao se formar no Ensino Fundamental, teve a oportunidade de fazer o Ensino Médio no Colégio dos Camilianos, em Curitiba (PR), onde anos depois, retornaria para buscar o diploma que nem sonhara diante das dificuldades quando criança.

Com a oportunidade de estudar Filosofia na Ordem dos Camilianos em São Paulo (SP), o filho de Reinaldo Tedesco e Ondina Borin Tedesco mergulhou nos estudos da existência humana e se apaixonou pela leitura, conhecendo muitas pessoas de inúmeros lugares do Brasil, inclusive estudantes estrangeiros e expoentes do pensamento como Leo Piccini, tendo a chance de conviver e morar com ele. “Ele trouxe a bioética para o Brasil e muitos outros pensadores da Ordem dos Camilianos. Nós costumávamos cuidar dos enfermos, dos doentes, em hospitais grandes. Nisso tudo, levei-me ao caminho dos estudos. Com a Filosofia, passei a ver o mundo de outra forma, com outras possibilidades”, lembra.

Em entrevista ao LÊ NOTÍCIAS, o professor Anderson Tedesco, que agora tem o título de doutor, contou que após formar-se em Filosofia, teve a oportunidade de fazer um mestrado na Bolívia, mas acabou refutando na época. Retornando então para Jaborá, continuou se dedicando nos estudos da Filosofia e começou a lecionar na pequena cidade do Meio-Oeste. “Eu tenho duas irmãs e um irmão, sendo que uma delas, a Vanice Ferrari, foi minha professora em Jaborá, inclusive me arrumou um emprego de professor. Eu fiquei lá por dois anos e planejava fazer um mestrado, mas só era possível na Unoesc de Joaçaba. Eu fui e passei nas provas, fiz a dissertação, estudando um filósofo brasileiro, o Lima Vaz, tendo a oportunidade de publicar um livro acerca da trajetória dele”, conta.

Já como mestre, Anderson foi convidado para trabalhar no Colégio Luterano Santíssima Trindade, de Joaçaba, e na Unoesc de Xanxerê, onde ficou lecionando por cinco anos. Nesta época, surgiu a oportunidade que mudaria o rumo da sua vida, que era a de fazer o doutorado na Pontifícia Universidade Católica (PUC), em Curitiba.

DOUTORADO

Foi pouco antes desta chance que a vida de Anderson ligou-se com Xaxim, quando conheceu a sua esposa Pâmela Tedesco, que é xaxinense. Com a sintonia municipal, o professor fixou residência na Pequena Queda d’Água e recebeu o convite da professora Ioli Rossatto, então diretora da antiga Celer Faculdades, para coordenar projetos de pesquisa na instituição. “Eu fui convidado para ser coordenador da Pesquisa e me desliguei da Unoesc Xanxerê para ficar somente em Xaxim, trabalhando na Celer e na rede municipal”, lembra.

O doutorado iniciou em 2015, quando Anderson ia semanalmente para Curitiba, conciliando os estudos com os trabalhos acadêmicos na Celer Faculdades. “Foram muitas idas e vindas da capital paranaense. Mas hoje, nada seria possível sem meus pais, agricultores, praticamente analfabetos, que não tiveram oportunidade e sempre me incentivaram. Minha irmã Vanice e minha esposa Pâmela me deram todo incentivo necessário, que se tornava ainda mais forte com presença da minha filha Ana Bella. Meus sogros também, sempre me ajudaram integralmente. Obrigado a todos vocês”, diz Anderson.

O doutorado foi concluído no dia 10 de abril, sendo aprovado com nota A, sob olhar do seu orientador e coordenador do programa de Mestrado em Doutorado da PUC-PR, Jelson Oliveira. Além dele, Anderson teve a presença de quatro professores estudiosos da Filosofia, como José Nicolao Julião, da UFRRJ, um dos maiores conhecedores do pensamento de Nietzsche no Brasil. “A minha tese foi desenvolvida a partir do filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844 - 1900), de uma obra que ele escreveu ‘Assim falou Zaratustra’, sendo a 3ª fase do pensamento do autor. A obra faz uma relação da Educação com a Filosofia”, conta, lembrando também da presença do professor Geraldo Balduíno Horn, coordenador do programa de Mestrado e Doutorado na UFPR, do professor Fausto dos Santos, do programa de Mestrado e Doutorado da Universidade Tuiuti do Paraná e do professor Eduardo Ribeiro da Fonseca, do programa de Mestrado e Doutorado na PUC-PR.

FUTURO

Quanto às expectativas, Anderson, que possui cinco livros publicados, garante que irá continuar escrevendo artigos e pretende se organizar para escrever mais uma obra. “No início do ano que vem, quero fazer um pós-doutorado, ir em diante com os estudos e fazer parte de um programa de Mestrado, atuar como professor pesquisador”, finaliza o professor, que hoje leciona na EBM Dom Bosco e na escola da Vila Diadema, ambas em Xaxim, e que foi convidado para trabalhar no Colégio La Salle, em Xanxerê.


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