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“Goste ou não, a saída para a crise é o Lula”, afirma Luciane Carminatti

Por: Janquieli Ceruti
19/04/2017 14:12 - Atualizado em 19/04/2017 14:13
Carminatti destacou à repórter Janquieli Ceruti o combate às reformas propostas para a Previdência (Foto: Felipe Giachini/LÊ) Carminatti destacou à repórter Janquieli Ceruti o combate às reformas propostas para a Previdência (Foto: Felipe Giachini/LÊ)

Deputada estadual pelo segundo mandato consecutivo, Luciane Carminatti (PT/SC), mora em Chapecó, onde foi vereadora por dois mandatos, entre 2000 e 2008, e também secretária da Educação do município. Ela é casada e tem três filhos, se define por mulher, mãe, professora e parlamentar. Na Assembleia Legislativa, atua nas comissões de Educação, Cultura e Desporto; Constituição e Justiça (CCJ); Transportes e Desenvolvimento Urbano; Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência; e nas frentes de Defesa do Sistema Único de Assistência Social (SUAS); Defesa da Economia Solidária; Defesa da Defensoria Pública; além de coordenar o Fórum Pátria Educadora Santa Catarina.


LÊ NOTÍCIAS: Qual é a avaliação deste mandato?

Luciane Carminatti: Assumi neste ano a presidência da Comissão de Educação, Cultura e Desporto, que representa um desafio enorme; além da vice-presidência da Comissão de Combate às Drogas, que também demanda bastante trabalho. Além destas, sou membro de comissões voltadas a pessoas com deficiência; transporte e desenvolvimento urbano; e da bancada feminina. Me divido para atender a todos os desafios da melhor maneira possível. Na Educação, me dedico integralmente em prol da valorização do magistério e da qualidade da Educação Pública. A Cultura também desperta minha preocupação, tendo em vista que praticamente nenhum parlamentar adotou a área. Os municípios têm eventos culturais, mas são carentes de políticas culturais permanentes. Tenho ido aos municípios e encontrado com mães preocupadas com o alto consumo de drogas dos filhos ou conhecidos. Vejo que é preciso implantar uma clínica de recuperação para mulheres, tendo em vista que só tem para homens. O número de feminicídios; e a reforma da Previdência também são bandeiras que me causam grande preocupação neste mandato.

LÊ: Quais são as novas bandeiras de trabalho da senhora?

Carminatti: Em meu primeiro mandato estávamos numa fase de crescimento dos programas governamentais; de discutir nos institutos federais; da ida da universidade federal para Chapecó; era um momento de crescimento das oportunidades na Educação; na área social; do povo brasileiro se organizar e se qualificar. Buscávamos muito que as mulheres se profissionalizassem, a exemplo do Programa Mulheres Mil. Agora estamos vivendo um cenário completamente diferente. É um retrocesso que nos apresenta na prática as partes mais duras do passado. As pessoas puderam ter casa, comida na mesa e sonhar com o filho na universidade, mas agora querem nos tirar tudo isso como se estes programas fossem os culpados por quebrar o País. Meu mandato de hoje visa ainda mais a resistência. Os debates marcam esse mandato. Cada um deles precisa ter temas que os mantêm, que consolidam a atuação, mas também é preciso inovar. No primeiro, a pauta era Oeste, Mulheres e Educação. Agora mantenho essas três, mas começo a avançar nos debates com a juventude, relacionados à cultura e no sentido de humanizar mais as cidades.

LÊ: Como a senhora enxerga a Reforma da Previdência proposta pelo governo Temer?

Carminatti: É uma lástima que poderá atingir todos os trabalhadores, mas as mulheres ainda serão o alvo central. Cerca de 80% das mulheres hoje se aposentam pela idade, mas aumentar mais dez anos de contribuição e trabalho significa perder um direito já conquistado. Para os professores e agricultores, teremos o fim dos assegurados especiais. As duas atividades extremamente degradantes serão tratadas como as demais. Para os professores poderá aumentar em 15 anos o tempo antes da aposentadoria. É um absurdo. Iremos a todos os municípios para estimular o debate e evitar esse “desmonte” da Previdência. O governo tem de dar exemplo e cobrar de quem deve; e diminuir a remuneração de quem se aposenta com altos salários, esse é o caminho.

LÊ: Existe gás para mais um mandato?

Carminatti: Sim, penso na continuidade e em um terceiro mandato, que eu diria que seria o último como estadual, depois a gente tem de pensar se continua e para quê. Acho que os políticos não devem ficar a vida inteira na mesma função. Nós temos que nos renovar. Precisam vir novas lideranças. Estou começando agora o debate com a juventude para estruturar grupos de jovens, discutindo muito a linguagem de cada grupo. Quero que meu terceiro mandato tenha um governo para frente, que olhe para a riqueza dessa diversidade de raças, religiões e concepções. Quero muito ajudar a eleger um governo de esquerda. Espero que a gente consiga fazer isso para o Brasil não quebrar; não ir para o fundo do poço; para que a gente continua avançando enquanto economia e hegemonia mundial. O Brasil estava indo bem, mas agora só temos indicadores negativos. É preciso resgatar o que temos de bom para nós mesmos e para o mundo. Mais adiante, a ideia é eleger um governo nosso, que não seja de banqueiro, do golpe, contra os trabalhadores e contra as mulheres. Queremos um governo que não tenha que se esconder para falar. Outra iniciativa é discutir métodos de sair da crise, pois temos de formular propostas, inclusive, o ex-presidente Lula já chamou uma série de estudiosos e economistas e já tem respostas para a crise. Dá para recuperar o País investindo no povo brasileiro.

LÊ: Os brasileiros presenciarão o retorno do ex-presidente Lula?

Carminatti: Se Deus quiser. O Lula está com muita vontade de participar da eleição porque foi muito provocado e perseguido. Ele é o sujeito mais investigado da face da Terra. Faz um ano que ele sofreu a condução coercitiva e até agora não conseguiram achar uma prova do que estão acusando ele. As pessoas precisam entender que “não é porque eu não gosto de alguém” que aquele sujeito não presta. Não é “porque eu não concordo com a ideologia dele” que ele seja criminoso. Infelizmente, se tentou fazer isso com o Lula. Muita gente que odeia o PT, o Lula, enxerga crime onde não tem. Precisamos de mais lucidez e sabedoria. O Lula é o maior líder mundial. Ele que tirou 32 milhões de pessoas da miséria. Goste ou não, a saída para a crise é o Lula.


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