Viver é infinitamente mais profundo do que apenas existir. Existir é um estado, um ponto fixo na linha do tempo, uma presença que ocupa espaço. Viver, por outro lado, é consciência, é pertencimento, é a percepção de que fazemos parte de um plano maior, um ciclo que deveria ser guiado pela harmonia, pelo respeito às individualidades e pela equidade entre todos.
Mas, ao longo da história, essa visão pura e essencial foi sendo fragmentada pela ganância, pela vaidade e pelo egoísmo. Muitos perderam a noção de coletividade, acreditando que o mundo se desenrola apenas para servir aos seus propósitos individuais. Pessoas que, cegas por poder e status, moldam suas escolhas sem considerar o impacto que suas ações têm sobre os que estão ao seu redor.
E, nesse processo, sacrificam valores. Vendem suas amizades, distorcem suas relações familiares, trocam integridade por conquistas fugazes — dinheiro, influência, títulos. Mas tudo isso é temporário. No instante final, essas "conquistas" se tornam fardos, pesos que tornam a caminhada quase insuportável.
Enquanto isso, há tesouros que permanecem, que transcendem o tempo e tornam a existência eterna: os laços genuínos, as vitórias do coração, a serenidade da fé, a paz que nasce da consciência tranquila. Porque no fim, não importa quanto se acumulou em bens materiais — o que define um legado são os sentimentos que cultivamos e a luz que deixamos na vida dos outros.
Talvez seja hora de resgatar essa visão, de lembrar que não estamos aqui apenas para existir, mas para viver de forma plena, verdadeira e conectada com o que realmente importa.
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