Por Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)
Que é o que tem movido o homem, desde que tem uso da razão, a buscar a verdade? Que é o que sempre mais subjugou seu entendimento e deleitou seu espírito? A que tem ele dedicado seus maiores afãs, empenhos e entusiasmos? Que foi o que sempre lhe exigiu maiores sacrifícios, provas de constância, paciência e esforços? O saber.
O que é que sempre mais o atormentou, entristeceu e desesperou? A ignorância.
Nada tem tido, na verdade, maior significação e importância para o gênero humano, na consumação de seus elevados destinos, do que o saber |
Desde remotas épocas, o homem correu atrás dele, buscando-o ali onde sua imaginação, sua intuição ou pressentimento o levaram. Paralelamente a essa busca, nasceram em sua mente as primeiras ideias e se gestaram os primeiros pensamentos.
Os avanços iniciais em busca do saber tiveram lugar quando o ente humano, inquieto por excelência, deu rédea solta à sua avidez, explorando e conquistando terras. Encontrou e descobriu muitas coisas que despertaram nele maiores ânsias de conhecimento. Desde então, foi constante sua preocupação por alcançar o excelso pináculo da Sabedoria. Escalou todas as alturas que pôde, tanto em ciência e arte como em filosofia e religião. Chegou, inclusive, a descobrir os segredos da energia termonuclear, fabricando com ela as armas mais tremendas e mortíferas; entretanto, para sua desventura, perdeu de vista o caminho que haveria de levá-lo à presença de seu Criador, representado nos grandes arcanos da imensa realização universal. Esse caminho é o da evolução consciente, que proporciona em seu percurso informes diretos sobre tudo o que possa interessar ao espírito humano a respeito de sua origem, existência e destino, em relação estreita com a Vontade Suprema.
Conhecendo-se a si mesmo, isto é, explorando seu mundo interno e descobrindo as maravilhas que nele existem, o homem conhecerá seu Criador, mas isso será de conformidade com seu avanço em direção à conquista desse grande e transcendental desiderato.
A Logosofia e seu método singular constituem a base definitiva do autoconhecimento. Cumpre assinalar que a essência dos conteúdos logosóficos foi extraída das profundas observações realizadas, tanto nos recônditos e sinuosos rincões interiores do ente humano como na atividade incessante do pensamento universal que alenta a Criação. Daí sua extraordinária força energética e dinâmica, que impulsiona o processo de evolução consciente a partir do instante em que o investigador, por própria vontade, aceita seguir as disciplinas logosóficas, imprescindíveis para assegurar a eficácia do método.
Entre as particularidades que distinguem a concepção logosófica, a originalidade é, sem dúvida alguma, uma das que mais comoção produz no sentir humano. Cumpre destacar aqui o poder convincente dessa verdade, que consiste em que, sendo tão simples, ninguém até hoje a havia descoberto. Mais força nossa afirmação adquire quando se experimenta a sensação de amplitude que os conhecimentos logosóficos oferecem à vida.
(Texto extraído do livro Mecanismo da Vida Consciente, pág. 21-24)
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