Por Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)
Um dos mais importantes propósitos do saber logosófico é o de fazer o homem retornar à pureza dos conceitos que, nas diversas épocas da existência humana, constituíram a chave com a qual era possível fazer com que se abrissem os entendimentos e compreendê-los, os quais deveriam ser inalteráveis para a consideração e o respeito de todos.
Os conceitos formaram sempre as verdadeiras reservas morais da humanidade. Sustentados neles, os homens podem viver em paz e inspirar mútua confiança; ao contrário, quando os conceitos são alterados, sobrevêm a confusão e o caos, seja no ambiente mental do mundo, seja no dos povos onde ocorrem tais alterações.
Antigamente existia uma tábua de conceitos, que Hermes chamou de “Tábua de Esmeralda”. Esses conceitos se elevavam à categoria de princípios pela força que assumiam ante a razão dos homens que lhes prestavam culto, o que significava para esses homens a adoção de um gênero de vida que os elevava acima dos demais seres.
O ensinamento logosófico tende a levar o homem ao culto desses conceitos, os quais expressou de múltiplas formas e indicou como imprescindíveis para que a vida de cada integrante do gênero humano seja digna de merecer a categoria que lhe corresponde como a principal entre todas as espécies que habitam a Terra.
O culto aos conceitos é o que forma o patrimônio moral dos homens
Existem diversas classes de conceitos. A uma delas corresponde um dos menos conhecidos ou comuns, ou, talvez, mais difíceis de descobrir, e é o que se forma pela unanimidade de compreensão de um conjunto de pessoas. Se, falando de um tema qualquer, surge um motivo para discorrer, e as opiniões dos que intervêm coincidem, do tratado se formará um conceito e, desde esse momento, todos compartilharão desse conceito e se irmanarão em um só pensamento. Se depois alguém esquece que participou dessa unanimidade e que afirmou absoluto acordo com o critério sustentado, convertido em lei do conjunto, haverá traído, primeiro, à sua própria consciência, segundo, ao conceito e, terceiro, a todo o conjunto. O conceito significa a chave de uma linguagem porque, graças a ele, cada um sabe que existe em todos idêntica compreensão.
Isso é aplicável a qualquer uma das esferas humanas. A luta pela manutenção dos conceitos que um dia foram conquistados pelos homens em conjunto é o que promove hoje tantas agitações no mundo, pois a traição a eles os desuniu. Enquanto não voltarem a reverenciar tais conceitos, não poderá haver paz nem união entre os povos.
A principal causa de toda desorientação reside no desvio dos conceitos. Quando o homem se afasta deles, imediatamente sobrevém a desorientação, que impede advertir a falta de segurança no rumo tomado e o extravio, ao se preencher o vazio deixado pelos conceitos.
(Extraído do livro Introdução ao Conhecimento Logosófico, pág. 209)
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