Por Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)
Pela primeira vez, foi concedido aos pensamentos um lugar proeminente, ao serem tratados como corresponde à realidade de sua existência, e que permite ao homem conhecê-los e identificá-los em seus impulsos e tendências.
Tratando-se de entidades animadas autônomas, que podem passar num instante de uma mente para outra, o estudante de Logosofia aprende a diferençar os que são próprios dos alheios, a repelir os maus e a ficar com os bons. Mas não se deve crer que essa seleção seja tão fácil, nem que baste simplesmente querer fazê-la: há pensamentos que são pouco menos que donos da vida, e o homem se submete a eles mansamente, pois costumam ser mais fortes que sua vontade.
Os conhecimentos que esta ciência oferece a respeito dos pensamentos são extraordinários, tanto em sua originalidade como em sua lógica, e têm um valor fundamental para a evolução consciente do ser humano. Magnífica é a chave que se refere à procriação dos pensamentos próprios e ao melhor emprego que se há de fazer dos alheios.
O conhecimento dos pensamentos tem um valor fundamental para a evolução consciente do ser humano
Os pensamentos são consubstanciais com o espírito, mas, uma vez concebidos na mente, podem ter total autonomia, com prescindência da tutela que sobre eles exerça a inteligência, ou ser submetidos à autoridade dela.
O pensamento não tem forma nem figura. Tampouco a teria o homem, se, uma vez concebida sua criação na mente de Deus, esta não se tivesse materializado. Um edifício, antes de ser construído, está como pensamento na mente do arquiteto; do mesmo modo a escultura, na do artista, e, assim, tudo aquilo que, antes de ser materializado, permanece na mente como pensamento ou em estado imaterial.
O estudante de Logosofia sabe que em sua mente podem existir pensamentos úteis e inúteis. Dele depende eliminar os últimos – que, além de não servirem, estorvam – e inclinar-se para a geração daqueles que sejam de primordial utilidade para a realização de seus planos de aperfeiçoamento.
(Extraído do Livro Exegese Logosófica, pág. 39)
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