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Arte & manhas | Sobre as ideias maravilhosas que não se realizam

Por: Luís Bogo
01/07/2024 09:58
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Divulgação/ESA/Webb/NASA/CSA

Sonhar durante o sono é coisa natural. Por mais que sejam ruins, por mais que se transformem em pesadelos, os sonhos exercem função fundamental para a nossa sobrevivência, pois é através deles que nos revelamos a nós mesmos, em um processo de autoconhecimento no qual aparecem nossos piores medos e nossos melhores desejos. Mas, agora, vamos deixar de lado os pesadelos e nos focar apenas nos melhores sonhos.

Enquanto escrevo, minhas verdades permeiam meus sonhos e essa estranha mistura se transforma em letras, palavras, frases que transbordam sentimentos. Se acaso não sonharmos pela manhã, o dia será frio, no máximo morno. Precisamos sonhar os sonhos impossíveis para que eles nos sirvam como alimento que nos dê força para alcançarmos novas realidades. E as fontes dos sonhos podem ser as mais diversas: uma conversa qualquer, uma antiga lembrança, uma carta ou mensagem recebida (embora as cartas estejam em desuso ultimamente).

Assim, o ato de escrever torna realizável o irrealizável. E nada nos impede de escrever tudo o que pensamos ou sonhamos. O mais fascinante deste exercício é que o pensamento ou o sonho, quando escritos, ultrapassam a fronteira do autor, podendo ganhar novas versões e interpretações. São sonhos gerando novos sonhos e pensamentos gerando novos pensamentos, num ciclo que nos move em direção a vida, por mais curta que a natureza a defina naquele instante, pois a memória registrada jamais morrerá.

Mesmo que “nada se realize no dia que vai nascer”, a memória do sonho anterior vai permanecer para o dia, a semana, o mês ou o ano seguinte, motivando a busca por algum objetivo qualquer.

Embora os sonhos sejam “patrimônio pessoal”, pois nem sempre os compartilhamos e, muitas vezes nem mesmo nos lembramos do que sonhamos à noite, quando verbalizados devem criar alguma empatia para que se realizem. A afirmação anterior vale para os meus, os seus e os nossos.

Santos Dumont sonhava voar e conseguiu, enquanto Ícaro não lembrou que suas asas derreteriam quando se aproximasse de seu objetivo: o Sol. Júlio Verne sonhou em dar a “Volta ao Mundo em 80 dias” navegando em um balão; também imaginou uma “Viagem ao Centro da Terra” e “Vinte Mil Léguas Submarinas”, numa época em que não havia qualquer possibilidade de se realizar estes feitos.

Sempre haverá uma esperança enquanto houver um sonho. Caso você não o realize, algum dia alguém o fará por você.

Compartilhe seus sonhos.


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