Política é a academia onde o diabo ganha trevas
Esqueça que seus interesses são mais importantes que aquele ao seu lado do seu semelhante. Seu sorriso não é mais importante que o outro. O suor frio que escorre silencioso em suas dúvidas, molhando as incertezas, são iguais àqueles que desconheces. Os sonhos que brotaram em seu peito, que bate insistentemente, tirando o sono e desritmando as pulsadas, não é mais importante que o mesmo desejo daquele. O descompasso cerebral, filho da incerteza, gera efeitos nocivos à saúde mental, os monstros que tiram o sono, assustam pela inocência que rotula os seres. Os vivos querem suspirar acima da terra, onde jorra leite e mel. Aqueles desprezados, como que considerados mortos, sepultados pela frieza, esquecimento, indiferença e injustiças, também sentem fome, sede, existência. O que diferencia todos os bonificados, seres que observam-se superiores, merecidos da vida maravilhosa que recebem e querendo mais e melhor para satisfazer-se de alegrias plenas, de todos aqueles que são esquecidos da atenção recebida gratuitamente, sem as melhores ferramentas para alcançar a sonhada chegada, é exatamente a soma dos esforços que não observa, ocorrendo à revelia, nos cansaços que não são vistos, nos cafés tomado à mesa com o Diabo e que, amaldiçoando tudo, não atinge o fervor que é realizado. Até porque, saído da guerra, esfolado, amputado, psicologicamente destruído e carregando os mortos em padiolas sem rodinha, não imagina o que é soltar rojões e festejar o que não é possível compreender como foi possível.
PROVOCAÇÃO
A frase de Little Jorge chamando João Rodrigues de vagabundo, pegou forte em direção ao inquilino da Casa d’Agronômica. A repercussão negativa da expressão, caiu no próprio desgaste.
DESGASTE
Little Jorge não tem psicologia de controle para enfrentar João Rodrigues dentro do ringue. Manifesta-se preocupado e na defensiva antes do confronto. Isso mostra muito da fragilidade do seu tempo.
TEMPO
É o que menos o Caboclo de Nonoai tem disponível. O prefeito de Chapecó precisa mostrar viabilidade de suas intenções e, inclusive dentro do PSD, dizer os rumos. Se a sigla está unida, o relógio mexe ao contrário.
DISPOSIÇÃO
É estar plenamente no objetivo de uma vida. Se entregar a esta de maneira que o respiro, que alimenta os pulmões, ao contrário de aliviar, asfixia e agoniza. Sabe que tudo, em absoluto, depende da entrega.
ENTREGA
É o pacote de intenções que é preciso construir, mesmo no escuro dos dias. Não existe vida protegida na mira ensurdecedora da metralhadora que cospe mortes. É preciso apenas desviar.
DESVIAR
Das dúvidas, ataques silenciosos e armadilhas que são feitas à sombra, sem direito à defesa e condenado por antecipação. As cobras expelem o veneno e, invadindo as veias, matam as pulsações que vivificam.
VIVIFICAR
Mesmo com o corte profundo na jugular, sangrando e às margens da morte, olhar profundamente nos olhos seu inimigo e rir do abraço fúnebre que insiste em vencer, mas não leva.
CORAGEM
É se sentir injustiçado, jogado ao abandono e com a carne moída, ferida nas pedras cortantes que arranca suas dores silenciosas, e ficar em pé. Ninguém conhece mais que a si mesmo que aquele carrega uma bomba na cabeça.
COVARDIA
As injúrias, perseguições e ataques que o mundo oferece, são forjadas nos gabinetes, nos cafezinhos de farturas, onde os efeitos perversos, ocorrendo do lado de fora, matando ideias e o humor às escondidas.
PERIGO
Na vida política, na privada, em particular, todos estão cercados, em tempo integral, de soberbos, orgulhosos, malfeitores, enganadores, traidores que matam, em silêncio, aquele que edifica.
PREÇO
O mais caro dos custos de uma existência, não é o tempo, mas a atenção oferecida. Quando é entregue por uma causa, é porque foi assimilada como sua prioridade e, por isso, nada modifica a rota.
ROTA
Nunca será sublime, leve, de todas as certezas possíveis. É o caminho de trevas, os infernos que estrangula a vida, a escuridão dos golpes baixos. O Getsêmani, de oliveiras robustas e fartas, ocorre antes da crucificação.
CRUCIFICAÇÃO
Injustiçar e condenar à morte, é do homem. E nada que vem deste, assusta. Ele é levado ao suplício e, torturado à exaustão, morre. Ao seu redor, lágrimas tardias molham o rosto covarde que, assistindo, riu.
RESSURREIÇÃO
Para atravessar a sala de Satanás, onde tudo lá é engano, é preciso ser destemido. Sabe que para materializar os sonhos que moram no peito. Até porque, a única forma de prever o futuro, é cria-lo.
FUTURO
Para passar pela estreita porta da realização de felicidade, que pulsa dentro do peito, é preciso criar as idas, fazer o que é mais temido, que treme e arrepia a carne. Onde criança fica e o Homem vai.
Rua São João, 72-D, Centro
AV. Plínio Arlindo de Nês, 1105, Sala, 202, Centro