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AGOSTO DOURADO

Rede de apoio é primordial no incentivo do aleitamento materno

Arquivo Pessoal Dra. Camila orienta para não romantizarem a amamentação, porque ela é um pouco cansativa e exige muito tempo e força de vontade Dra. Camila orienta para não romantizarem a amamentação, porque ela é um pouco cansativa e exige muito tempo e força de vontade

Privação de sono, alteração na rotina, cansaço, irritabilidade, dor e desconforto nos seios, pouca produção de leite, ingurgitamento mamário e dificuldade na pega correta. Esses são alguns dos desafios enfrentados na amamentação que, aliados a doenças como depressão pós-parto e condições fisiológicas, contribuem para a baixa taxa de aleitamento materno no Brasil. Dado preocupante em virtude dos benefícios proporcionados pelo leite materno para o desenvolvimento do bebê.

A amamentação não é um processo instintivo, porque requer aprendizado, paciência, dedicação, autoconfiança e conhecimento. Por isso, existe um mês dedicado ao incentivo, esclarecimento de dúvidas e transmissão de informações sobre seus benefícios – o Agosto Dourado. O acompanhamento com especialista, o acesso a serviços e equipamentos e a contribuição da rede de apoio são primordiais para manutenção do aleitamento materno.

Para a médica pediatra e cooperada da Unimed Chapecó, Dra. Larissa Martinelli Piccinini, um mês dedicado ao aleitamento materno reforça sua importância para a saúde do bebê (nutricional, emocional, desenvolvimento, imunológico), para o vínculo afetivo e para o orçamento familiar. “Os bebês não nascem sabendo mamar, eles aprendem. Por isso, é importante difundir informações corretas, principalmente, porque amamentar no começo é trabalhoso”, comenta a especialista.

“O leite materno é considerado o padrão ouro para a alimentação dos bebês, porque tem todos os nutrientes necessários para um desenvolvimento saudável, além de ser rico em anticorpos que auxiliam na prevenção de doenças. Cada mãe produz o leite perfeito para o seu filho. Por exemplo, mãe de prematuro produz leite mais calórico para que ele cresça mais rápido”, ressalta a médica pediatra neonatologista e cooperada da Unimed Chapecó, Dra. Camila Luiza Biazi Sales.

Como incentivo para amamentar, a Dra. Camila cita a campanha do Ministério da Saúde, que aborda 10 motivos: o melhor e mais completo alimento; não é necessária complementação alimentar; fácil digestão no comparativo com fórmula; favorece o desenvolvimento do bebê; previne infecções, obesidade e doenças crônicas; reduz possibilidades de alergias; é gratuito e está sempre na temperatura ideal para consumo; previne hemorragia materna no pós-parto; diminui o risco de câncer de mama, ovário, osteoporose (após a menopausa), além de ser um ato de amor e carinho.

Dra. Camila orienta para não romantizarem a amamentação, porque ela é um pouco cansativa e exige muito tempo e força de vontade. “No começo pode ser difícil, os bebês mamam de hora em hora, as mamadas são longas, pode gerar um pouco de desconforto ou fissura na mama. Por isso, a mãe precisa saber dos benefícios que o leite traz para o bebê para se incentivar e ter uma rede de apoio para auxiliar”, sugere.

REDE DE APOIO

“A amamentação só ocorre quando a mãe tem uma rede de apoio, que é fundamental durante todo esse processo, ao auxiliar ofertando carinho, palavras que melhorem a autoestima da lactente, no preparo das refeições, porque as mães precisam estar bem alimentadas para produzir leite de qualidade, no cuidado com o bebê com a troca de fraldas ou banho enquanto a mãe descansa, pois o sono reparador auxilia na produção de leite”, destaca Dra. Larissa.

Dra. Camila complementa que as mães precisam de auxílio de um pediatra, obstetra ou consultoria de amamentação. “Na Unimed Chapecó, por exemplo, as mães podem contar com o Ambulatório de Amamentação para esclarecer dúvidas e receber apoio”, reforça. Na família, segundo a especialista, cada integrante precisa fazer a sua parte para que essa mãe consiga amamentar. “A rede de apoio deve incentivar e não desencorajar, evitem dizer que o leite dela é fraco ou que tem pouca quantidade. O bebê chora por vários motivos, sono, calor, frio, carência, sede e fome. É preciso compreender isso e não apenas deduzir que seja vontade de comer”, comentou.

OUTROS ALIADOS

De acordo com a Dra. Larissa, a Unimed Chapecó conta com excelente apoio na maternidade. “A enfermagem é bem preparada para auxiliar, também temos fonoaudiólogos para contribuir com a pega correta e laser para o tratamento de fissuras maternas”, destaca. A especialista faz um apelo para que as pessoas evitem julgamentos, principalmente, porque muitas mães não conseguem amamentar, seja pela falta de uma rede de apoio, por depressão pós-parto, por hipogalactia (atraso ou falha na descida do leite materno) ou ainda outras condições físicas.

Para as mães que precisam retornar ao trabalho, após a licença-maternidade (que para a maioria dos casos é de quatro meses), uma das maneiras de manter o aleitamento materno é a ordenha. “As opções são manuais e elétricas, cada mulher se adapta a um tipo de equipamento e pode manter a oferta do leite materno em sua ausência”, explica Dra. Camila. Ela complementa que, para aumentar a produção de leite, a recomendação é beber bastante líquido (no mínimo dois litros de água por dia, chá de funcho e erva-doce, água de coco), se alimentar bem e, ainda, há opção de algumas medicações como galactogogos (domperidona, fitoterápicos e homeopáticos).


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