Inicia neste sábado (30), a circulação de “Eu não ando só”, o novo projeto da Cia de La Curva. As ações trazem intervenções com teatro de bonecos de maneira gratuita por quatro bairros da cidade: Santo Antônio, Palmital, Presidente Médici e Passo dos Fortes. A programação,voltada para todas as idades, compartilha com o público a pesquisa da Cia, que dá vida a dois personagens da cultura afro-brasileira.
O teatro de bonecos, uma prática ancestral que marca a história das artes desde o século XIX, sempre trouxe interesse para o processo criativo dos atores Manon Alves e Fernando Perri, da Cia de la Curva. Foi unindo essa curiosidade com a valorização da cultura afro-brasileira que surgiu o ponto de partida para o desenvolvimento deste novo projeto. “Trazemos como fio condutor deste trabalho o encontro entre os dois desejos do grupo. O primeiro em nos aproximar e desenvolver essa arte milenar que é o teatro de bonecos, emprestando o nosso conhecimento técnico à esses personagens que ganham vida através da manipulação e, utilizar esse espaço de criação e troca comunitária para dar a visibilidade à cultura afro-brasileira, e a riqueza das manifestações populares, a partir de dois personagens simbólicos para as religiões de matriz africana: Rosita e Pai Benedito, que representam a Cigana e o Preto Velho benzedeiro”, explica a atriz Manon Alves.
O projeto traz como objetivo central aproximar e promover a cultura popular e suas manifestações, mas os resultados se expandem. “A nossa ideia sempre foi promover um encontro entre o público e o nosso trabalho, valorizando a diversidade de manifestações da cultura popular. A partir daí, como todo projeto que segue o seu percurso, chegando à comunidade, os resultados são pulverizados. Desta forma além de estimularmos o olhar para o que é nosso, geramos conhecimento aproximando a cultura afro-brasileira das pessoas que ainda não conhecem e, como consequência, a partir do acesso ao conhecimento e da experiência cultural, promovemos a quebra de preconceitos e a humanização para essas manifestações”, pontua o ator Fernando perri.
Para os artistas a valorização da cultura afro-brasileira desempenha um papel essencial para o desenvolvimento das comunidades, trazendo visibilidade às tradições, histórias e manifestações, contribuindo para o fortalecimento da identidade cultural, da inclusão social e do respeito à diversidade. “Propomos que essa iniciativa não apenas preserve e difunda o patrimônio cultural, mas também fomente o senso de pertencimento comunitário. Destacando as contribuições afro-brasileiras para a cultura nacional, colaboramos no combate a estigmas, criando espaços de diálogo saudáveis que beneficiam toda a nossa comunidade”, acrescenta Manon.
CRIAÇÃO
Para chegar aos personagens que expressam o objetivo do trabalho na prática, o processo foi longo. Foram cerca de 12 meses em diferentes etapas de criação desde o estudo e pesquisa a campo em terreiros de umbanda ativos em Chapecó, investigação da variedade dos elementos corporais que poderiam ser utilizados nas intervenções, definição das entidades como personagens principais na construção da narrativa, conversas com estudiosos dentro da temática das manifestações afro brasileiras, além de orientação do artista catarinense Willian Sieverdt, que se dedica ao teatro de animação há mais de 30 anos.
A concepção passa ainda pelo processo de criação manual partindo de máscaras em papel machê, que ganham adereços e figurinos que vestem parte do corpo dos atores que se colocam em cena como um veículo de expressão.
“Estamos muito contentes em estrear esse novo trabalho, trazendo essa troca eabrindo espaço para as interação em tempo presente”, finaliza Fernando.
ACOMPANHE O PROJETO
“Eu Não Ando Só” - Classificação Indicativa Livre
30/11 - sábado
01/12 - domingo
04/12 - quarta-feira
Este projeto foi contemplado no edital de chamamento público nº 008/2023 - Lei Paulo Gustavo - Multilinguagens e no Edital de Fomento e Circulação das Linguagens Artísticas de Chapecó nº 010/2023 - Edital das linguagens: edição 2023.
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