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Em Florianópolis, professora supera dois cânceres de mama e inspira com história de reconstrução

Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis Sua principal mensagem é de esperança, autocuidado e para que as pessoas não desistam, lembrando que o diagnóstico não é o fim Sua principal mensagem é de esperança, autocuidado e para que as pessoas não desistam, lembrando que o diagnóstico não é o fim

Aos 20 anos, enquanto ainda cursava a faculdade e trabalhava, Kamilla Bittencourt descobriu que tinha câncer de mama. O diagnóstico veio após um simples toque durante o banho — e uma ida ao mastologista, profissional indicado por sua mãe Rosângela, que também já havia enfrentado a doença. “No momento em que ela apalpou o nódulo, já desconfiou. E quando veio o resultado, era mesmo câncer de mama. Foi um choque. Eu era muito nova, estava começando a vida”, lembra.

No dia 19 de dezembro de 2003, a professora de educação infantil da rede municipal de ensino de Florianópolis, passou pela cirurgia para retirada do nódulo, iniciando logo depois um tratamento intenso com quimioterapia e radioterapia. “Por ser jovem, os médicos aplicam o tratamento mais forte, porque o corpo teoricamente aguenta mais. Mas é muito difícil. É exaustivo, o corpo dói inteiro e o cansaço é constante”, conta.

Entre os momentos mais marcantes, está a queda do cabelo. “Muita gente diz que é só cabelo, mas é muito mais que isso. É a tua identidade, a moldura do rosto. Quando começa a cair, é como se tudo ficasse mais real”, recorda.

Depois de anos de acompanhamento, Kamilla teve um novo diagnóstico em 2016, desta vez em outra mama. O tratamento recomeçou, e ela precisou enfrentar uma mastectomia bilateral, que é remoção de ambos os seios e já realizou a reconstrução “Já era o estágio 3, agressivo. Fiz quimioterapia vermelha e branca. Cada tipo tem um efeito, e o corpo vai mudando. Você vai se transformando e precisa aprender a se reconhecer de novo.”

Os efeitos físicos — perda de cabelo, inchaço, ausência de cílios e sobrancelhas — trouxeram também um impacto profundo na autoestima. “Olhar no espelho e não se reconhecer é muito difícil. Eu precisei me redescobrir. Passei lápis na sobrancelha, me arrumava, e comecei a gostar de mim de cabelo curtinho. Aprendi a ver beleza na nova Kamilla.”

Um gesto de apoio veio do marido Alexandre Rodrigues, que foi quem raspou seu cabelo. “Foi simbólico, dolorido, mas ao mesmo tempo cheio de amor. Eu percebi que não estava sozinha.” Casados desde outubro de 2015, ele acompanhou a sua amada nos dois momentos mais difíceis de sua vida, a primeira vez como namorado, e na segunda como seu esposo.

Apesar do peso do tratamento, ela tentava manter pequenos prazeres na rotina. “Quando dava, eu ia ao cinema, caminhava na praia, tomava um café. Isso me fazia lembrar que eu ainda era eu, que a vida não parava.”

VIDA QUE SEGUE

Atualmente aos 42 anos, Kamilla fala com leveza, mas sem esconder a dureza do processo. “A morte bateu na porta, mas eu escolhi viver”, resume. A vontade de continuar, diz ela, foi o que a manteve em pé. “Eu acreditava no tratamento, acreditava na vida. A Kamilla não se resume ao câncer de mama. Eu me reconstruí e sigo acreditando que é possível criar uma nova mulher.”

Para a professora, a principal mensagem é de esperança e cuidado. “É preciso se conhecer, fazer o autoexame, procurar o médico. E, principalmente, não desistir. O diagnóstico não é o fim. É possível se redescobrir, um dia de cada vez.”


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