A decisão de ir e voltar é pessoal
O candidato com potencial de votos, principalmente na majoritária, pessoalmente vê seu tamanho. Em muitas ocasiões usa aqueles antigos sapatos plataforma para conversar com aliados e adversários que, depois, como toda fraude, revela-se. Passa aos demais uma altura além do que sua capacidade pode oferecer e, isso, em particular, também tira seu sono. Fica rolando de um lado para outro à noite pensando qual o caminho a seguir. Por estar na condição em que se encontra, precisa recuar para sair desta armadilha e voltar a dormir tranquilo, para disputar uma boa campanha com os pés nas costas e sorrir. Política, como tudo na vida, é escolher bem. Mais ainda quando é no caminho da vitória.
Qual é sua avaliação sobre os 462 cargos assinados pelo governador em exercício Rodrigo Collaço?
Quanto aos cargos criados pelo Poder Judiciário quero crer que foram objetos de estudo minudente e dentro do orçamento daquele Poder. Como cidadão, contudo, creio que mais juízes talvez surgisse mais efeito não só na produtividade, mas na qualidade das decisões de primeiro grau, já que são altos os índices de reforma de sentença em grau recursal. Acompanharemos os desdobramentos práticos atentamente.
Como você observa a candidatura de Paulo Bauer em chapa pura?
A candidatura de chapa pura deveria ser regra, ao menos, para primeiro turno das eleições. Vejo, assim, com entusiasmo esse desafio que Paulo Bauer, que conta com nosso total apoio, nesse rumo. Grandes coligações tem se revelado ao depois em inchaço da máquina em cargos comissionados para retribuir a aliados. Não existe almoço grátis. E o cidadão quem tem pago a conta. Vide as chamadas agências regionais, que em tempos de WhatsApp, somado à infraestrutura de nosso Estado, perderam seu sentido prático. O governo deve ir até as pessoas diretamente durante a gestão como o faz em época de campanha, isso que a população espera, e não sustentar políticos profissionais acomodados em cargos comissionados. É preciso dar um basta nisso. E a chapa pura se traduz na maior coligação que a população deseja: uma aliança, antes de tudo, com o contribuinte. Em suma, Paulo Bauer vencerá as eleições e ao invés de ter compromisso com partidos de aluguéis, terá somente, e tão somente, com o contribuinte. Por isso, está de parabéns e de acordo com o desejo das bases tucanas e, sobretudo, com os anseios dos cidadãos que estão estafados deste modelo ultrapassado de fazer política a qualquer custo pelo Poder.
Riscos
As movimentações feitas em torno da eleição são interessantes para quatro dos deputados federais em dúvida. Para onde vão Jorginho Mello, Carmen Zanotto, João Paulo Kleinübing e Geovania de Sá, com retorno garantido a Brasília.
Passos
O presidente do PR tem seu retorno garantido no processo eleitoral de outubro e, se seguir uma orientação equivocada, pode abreviar uma vida pública em plena evolução. Dando certo, pula para uma majoritária de futuro.
Ela
Carmen Zanotto tem singular posição de volta a Brasília. Convidada para entrar na majoritária, MDB ou PSDB, precisa acertar a escolha para não frustrar seu eleitorado confiante em sua liderança. Seu PPS é cobiçado pelos ulyssistas.
Evangélica
Geovania de Sá tem a assinatura de retorno em base na conclusão positiva adquirida por sua performance em Brasília. Abençoada pela Assembleia de Deus, tem as luzes de Kennedy e Ismael dos Santos para continuar. Por que arriscar na rota contrária?
DNA
João Paulo Kleinübing tem motivos para cair na Nasdaq eleitoral. Filho de um governador com a cara do PDS, para girar rumo aos ulyssistas, estranharia-se. Fica o ninho de Paulo Bauer para convencer-se de certeza. Ou o fantasma da dúvida. Se errar, é gueto.
Identidade
Olhar para JPK e não observar sua liderança em uma majoritária é ignorar o próprio DNA que o formou. Para pisar em um cenário de alcance, vai decifrar a própria equação que lhe orienta. Sua direção a seguir é sempre em amor a Blumenau.
Opções
Incluindo-se na força de Esperidião Amin, JPK está entre a razão e a emoção. No primeiro, pensar na lógica e, no segundo, suas possibilidades. Observando-se na esteira que tira as dúvidas, vai pesar a orientação que o pai daria.
Excedente
Aquele famoso chorinho pedido ao barman é concedido apenas aos drinks mais baratos. Até porque vale. Às bebidas caras, para quem conhece o rótulo, evita o assédio. Sabe que será negado. Se já é um malte de qualidade, vai exigir o quê?
Time
A política é, como no jogo, igual a sorte, ela ri e depois trai. Quando se há interesses à mesa, é preciso saber o tamanho do lance para exigir, em blefe, posições. Às vezes dá certo. Mas como tudo, tem o tempo certo. Cochilar, o cachimbo cai.
Asfixia
Não é apenas aos já confirmados no jogo sucessório que a falta de fôlego dá ansiedade e tira o sono. Aos indecisos, bem pior, é o dobro. Até porque, indefinindo-se, pode deixar descobrir que não é necessário. A cotação cai.
Tabuleiro
No da política só aqueles que enxergam com olhos despidos de tolice são capazes de ver o futuro. Não há santos neste jogo de poder. Às vezes, percebendo-se rainha, descobre-se peão. Esta decepção faz parte da partida.
Partida
Para jogar com convicção é necessário saber como, quais e porque mexer determinada peça. Às vezes é melhor perder a rainha para dar mate. É para poucos saber sacrificar uma parte do poder para vencer a mais importante.
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