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ENTREVISTA

'Temos que construir juntos uma sociedade onde capital e trabalho andem juntos', defende Valduga

Por: LÊ NOTÍCIAS
27/07/2018 10:35 - Atualizado em 27/07/2018 10:59
Deputado Cesar Valduga concedeu entrevista ao chefe de Redação, Axe Schettini, na tarde desta quinta-feira (23), em Xaxim (Foto: Ramon Schettini/LÊ) Deputado Cesar Valduga concedeu entrevista ao chefe de Redação, Axe Schettini, na tarde desta quinta-feira (23), em Xaxim (Foto: Ramon Schettini/LÊ)

Em entrevista concedida ao jornal LÊ NOTÍCIAS nesta quinta-feira (26), o deputado estadual Cesar Valduga (PCdoB) deu um relato dos trabalhos que tem realizado neste primeiro mandato na Assembleia Legislativa. Falou da defesa das mulheres, da presença comunitária, dos projetos e do porque apoiar o projeto de Gelson Merisio para o Governo do Estado. Ainda, defendeu o legado do Governo Lula e afirmou que o Brasil levou um golpe que fez mal à democracia.

LÊ NOTÍCIAS: O senhor é conhecido pela sua luta em prol das mulheres, em defesa do empoderamento feminino. Como foi realizado esse trabalho na Assembleia Legislativa?

Cesar Valduga: Nós percorremos mais de 200 cidades em Santa Catarina e o nosso mandato tem sido um dos mais atuantes do Estado. Em SC, há um dos maiores índices de feminicídio do Brasil, de mulheres que são violentadas e assassinadas, além de sofrerem com a violência obstétrica. Uma das nossas criações é a Semana da Vigília Feminista, para que as mulheres possam se manifestar neste período, buscar os seus direitos e ter a equidade, sobretudo no mercado de trabalho. Ainda, nós criamos a Lei da Doula, a fim de que haja a humanização dos partos, para que as mulheres sejam tratadas de maneira mais igual, independente da condição social de cada uma.

LÊ NOTÍCIAS: O senhor tem uma ligação forte com os trabalhadores e foi o único presente na assembleia com a BRF, recentemente, neste difícil momento econômico que o Brasil vive. Por que sua presença?

Valduga: Nós temos que construir uma sociedade, onde capital e trabalho andem juntos. Essa política reversa, que está gerando grandes consequências e prejuízos à sociedade, mas também ao setor econômico, às indústrias e às empresas, e atinge o nosso comércio. Santa Catarina está vivendo a crise da proteína animal, da carne, dos embargos econômicos e também no setor do arroz. Além disso, na região de Itajaí vive-se a crise do setor pesqueiro e no Oeste, a crise da bacia leiteira, que é a 4ª maior do País. Na BRF, em Chapecó, 1400 empregados foram enquadrados para trabalhar em lay-off, ficando afastados por 5 meses das atividades. Nós temos a responsabilidade de dar voz àqueles que não têm. Assim, nós criamos a Frente Parlamentar de Defesa Animal e estamos dialogando com o Governo do Estado, para que se busque celeridade com o Governo Federal.

LÊ NOTÍCIAS: Como o senhor concilia a vida parlamentar com a presença em eventos comunitários?

Valduga: Isso é um dos objetivos que me movem nessa caminhada. Por uma questão de projeto, eu fui muito envolvido nas questões sociais, não somente em Chapecó, mas também pelo Estado. Há muitos guetos em Santa Catarina, com cidades com IDH muito baixos, e é para lá que nós temos que levar as políticas públicas. É dar oportunidade de educação, de qualificação profissional a essas pessoas que ficaram excluídas da sociedade.

LÊ NOTÍCIAS: Quais foram os projetos, defesas e momentos mais marcantes que o senhor viveu neste mandato?

Valduga: Algo que me marcou muito foi a nossa luta pelo fim das barreiras tecnológicas em SC, que foi um projeto de lei aprovado, que permite que as pessoas com deficiência tenham acesso a bancos e caixas eletrônicos. Além disso, o tema dos agrotóxicos são algo que sempre será lembrado. O Brasil tem um dos maiores percentuais de consumo de veneno do mundo, cerce de 18,2%. Ainda, a oncologia infantil que conseguimos aqui foi uma conquista muito grande. A luta de transformar o Hospital Regional do Oeste em Hospital de Ensino. O radar meteorológico que foi instalado em Chapecó, após muita dedicação e luta conseguimos, devido ao tornado que ocorreu em Xanxerê, em 2015. Nós temos três projetos de lei que estão tramitando acerca das produtoras de veneno, que estão matando o povo brasileiro, prejudicando os animais e contaminando a água. Os apicultores têm que importar colmeias porque prejudica muito as crianças, as pessoas. Há crianças nascendo com necessidades especiais devido ao veneno, e muitas vezes, com transtornos mentais.

LÊ NOTÍCIAS: O PCdoB tem um histórico de aliança ao PT em Santa Catarina, mas neste ano o partido embarcou no projeto de Gelson Merisio. Por quê?

Valduga: Nós temos que propor algo prático para SC, tem que haver um entendimento. Isso acaba influenciando no partido, nas decisões que vão ser tomadas enquanto governo. Da mesma forma que Merisio, nós defendemos o fim dessas ADRs, que são esses cabides por todo o Estado de Santa Catarina. Até esses dias, havia 36. É um desperdício de dinheiro público, que poderia ser investido na Educação, Saúde, Infraestrutura e Segurança Pública. Na gestão pública, não cabem mentes cansadas. Pelo contrário, precisamos de mentes abertas, que tenham energia para promover algo diferente. Nós temos a bandeira de uma luta desenvolvimentista, claro, compondo um governo, compondo uma majoritária.

LÊ NOTÍCIAS: Como o senhor analisa a divisão da esquerda na eleição presidencial?

Valduga: Nós temos que defender que o Lula sempre foi um fenômeno eleitoral e que aplicou políticas públicas bem populares. Nós estávamos em pleno emprego, com desenvolvimento econômico fortíssimo. A partir desse golpe, que não fez bem à democracia, em que rasgaram a Constituição, rasgaram a CLT, ninguém mais se beneficiou, tanto a classe trabalhadora, quanto a classe empreendedora. É um momento de muitas tempestades, turbulências, e se requer pensar neste novo momento e isso passa pelo processo eleitoral. Antigamente, as pessoas não davam tanta importância a isso. Isso representa um retrocesso muito grande para o País. Nós apresentamos a Manuela, que é bem preparada e tem uma excelente formação. Nós estamos aguardando as composições, que gastam muita energia, mas temos a esperança de que conseguiremos construir um projeto, acima de tudo, que seja desenvolvimentista para o nosso País.


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