Estando em São Paulo, momento em que estou nas férias que estavam programadas há meses, surge a notícia do desaparecimento de Dércio Roberto Rosa. Falar em Dércio é lembrar o passado da imprensa em Chapecó. Foi ele, em 1992, ao lado de Doacir Balbinot, Arnaldo Carlos Lanz, Nilton César Goes, Antonio Gnoatto e Claudério Augusto que juntaram forças para criar um jornal diário em Chapecó, que fosse alternativa ao jornal Diário da Manhã, conduzido pela família de Diogenes Auildo Martins Pinto, que contava com João Vieda como editor-chefe e linha de frente dos articulistas políticos daquela década.
O jornal Iguaçu surgiu para ser uma proposta diferente. E foi. Dércio Roberto, diretor-comercial, vindo do Jornal O Estado e do antigo SCC, abriu mão do projeto então levado naquele momento para, ao lado dos sócios, dar seguimento ao desafio.
Adriano Oro e Lenoires, depois donos dos jornais Voz do Oeste e Jornal Diário do Iguaçu, respectivamente, foram vendedores de comerciais do Jornal Iguaçu começando, naquela época, como apostadores do novo editorial colocado.
Dércio sempre foi um rapaz dedicado à causa da venda. Vivia, como todos, as agonias de manter um veículo de comunicação poderoso, com editorial respeitado e força comercial. Coisas que a internet, forte e comandando tudo no mundo de hoje, não tinha força para manter a informação acontecendo, diariamente, sem o apoio da tecnologia do WhatsApp, Facebook, Twitter ou instagram, redes sociais que, os atuais usam e se dizem jornalistas e donos de veículos de comunicação.
A notícia de seu desaparecimento chega em dor. Ele, Dércio Roberto Rosa, foi um dos desbravadores da notícia. Acreditou em tudo que fez. Fez em seu tempo, deixou sua marca. Se agradou de um lado, desagradando de outro, foi um nome da imprensa em SC. E, por isso, presidente da Associação dos Diários do Interior. Cumpriu seu tempo. Sai de cena e deixa um nome.
O assinante deste editorial conviveu com ele em muitos momentos. Jamais entendeu seu jeito e direção, mas compreendeu o caminho. Gostava do Satélite e apostou no modo em que o articulista escrevia, todos os dias, suas opiniões no Jornal Iguaçu e jornal Sul Brasil.
Dércio Roberto sai de cena e leva, consigo, a equação de fazer um jornal que fez história em Chapecó e na região.
Brincalhão, gostava de beber, falar e sonhar. Nos três viveu com intensidade. Fez-se vivo e, vivo, foi para um outro momento. Não há muito o que lamentar porque, em sua existência, fez tudo o que gostaria de sonhar e realizar. Fica o lamento, vai-se o lutador. Quem conheceu, aprendeu muito a fazer o que deve e não deve.
Vai Dércio Roberto. Fica em paz. Sua assinatura permanece.
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