A Divisão de Investigação Criminal (DIC), da Polícia Civil de São Miguel do Oeste, cumpriu um mandado de prisão temporária em desfavor da vereadora Lula Fonini (PSB), esposa do ex-prefeito de Xaxim, Cezar Fonini, que está preso desde maio de 2018 no Complexo Penitenciário de Chapecó. A prisão temporária é de 30 dias, em virtude de que a suspeita do crime seja hediondo, enquadrado no Inciso I, parágrafo 2°, Art. 121 do Código Penal, que diz “homicídio cometido mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe”, com pena de reclusão de 12 a 30 anos.
Segundo o delegado Adriano Bini, coordenador da Polícia Civil em São Miguel do Oeste, durante prisão em Xaxim, foram apreendidos objetos que visam auxiliar nas investigações. Ainda, de acordo com ele, foi cumprido um segundo mandado de prisão temporária em desfavor de um homem na cidade de Chapecó.
A prisão temporária da vereadora e deste homem em Chapecó é em virtude de eles serem suspeitos de integrarem o núcleo intelectual do homicídio do advogado Joacir Montagna, ocorrido em 13 de agosto de 2018, em Guaraciaba, no Extremo-Oeste. Os presos já encontram-se recolhidos no sistema prisional à disposição do Poder Judiciário.
Os cumprimentos judiciais fazem parte da 2ª fase da operação “Defesa da Ordem”, coordenada pela Polícia Civil, através da DIC de São Miguel do Oeste. De acordo com o delegado Bini, as investigações estão em absoluto sigilo, a fim de não causar prejuízo aos trabalhos de apuração. “Ressalte-se que a Polícia Civil vem recebendo apoio integral do Ministério Público da Comarca de São Miguel do Oeste”, explica Bini.
MOTIVAÇÃO DO CRIME
O LÊ NOTÍCIAS, em consulta pública no site do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, constatou que Loreci Elza Schelavim, considerada laranja de Cezar Fonini no Laticínio Guarujá, com sede em Guaraciaba, tinha o advogado Joacir Montagna como defensor da empresa em alguns processos judiciais.
Embora o possível envolvimento, conforme a nota emitida pela Polícia Civil de São Miguel do Oeste, novas informações não serão repassadas no momento para não atrapalhar as investigações.
RELEMBRE O CASO QUE CONDENOU CEZAR FONINI
No dia 14 de maio de 2004, na empresa Laticínios Guarujá Ltda., cujo contrato social informava Loreci Elza Schelavim como sócia-proprietária, mas seu verdadeiro proprietário seria Cezar Fonini, houve a apreensão de 1.120 caixas de filé de pescado, com 22kg cada, no total de 24.640kg, provenientes de Mar Del Plata, na República da Argentina.
Referida carga foi importada para o Brasil e deveria ter sido transportada por uma empresa até Bataguassu (MS). Todavia, no dia 30 de abril de 2004, o pescado acabou sendo roubado no estado de São Paulo. Mesmo ciente de sua origem ilícita, um homem, a mando de Cezar Fonini e orientado por uma mulher, realizou o transporte da carga de pescado até a sede da empresa Laticínios Guarujá Ltda., onde esta foi posteriormente depositada, para posterior comercialização.
O processo tramitou por 13 anos no Poder Judiciário, quando em 08 de agosto de 2017, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Nefi Cordeiro, decidiu pela condenação de Cezar Gastão Fonini a 8 anos e 2 meses de reclusão, em regime inicialmente fechado, assim não havendo mais possibilidades de recursos judiciais.
Após os trâmites judiciais, a prisão do ex-prefeito Cezar Fonini ocorreu em 04 de maio de 2018, em Xaxim.
MANIFESTAÇÕES
A Câmara de Vereadores de Xaxim e o advogado de Lula Fonini não se manifestaram até as 21h30 desta quarta-feira (28).Rua São João, 72-D, Centro
AV. Plínio Arlindo de Nês, 1105, Sala, 202, Centro