O que ocorreu ontem no Plenário da Alesc com a aceitação do impeachment por parte dos deputados estaduais, foi uma ruptura política que, sabe-se, dissolveu uma eleição que foi montada e conquistada dentro do amadorismo político que marcou a dupla Carlos Moisés e Daniela Reinehr. Foi um rito sumário, pré-estabelecido que, sabia-se, ganhou altura pela falta de habilidade por parte do governo.
A cassação que iniciou ontem, foi um traçado que o governador apostou desde o início. Por quê? Porque não aceitou o diálogo, a relação entre Poderes, foi amador e desrespeitoso com as forças paralelas. Foi ignorante quando não percebeu que a distância entre Judiciário, Legislativo e Executivo deve ser, sempre, na aproximação Constitucional e, portanto, equilibrada, limpa, respeitosa e transparente.
Não poderia ter seguido o caminho que agora é conhecido como desastroso. O governo já começou a ruir e ganhou a altura que todos os envolvidos conheciam. Jogo político e judicial que, sabia-se, chegaria no desfecho que agora foi conhecido.
Moisés da Silva não merecida ter assumido o governo porque foi oportunista, desrespeitoso, arrogante e boçal com todos os setores da sociedade. Ele não comungou com os agricultores, industriais, comerciantes, entidades e instituições que lhe procuraram. Cai porque buscou o isolamento, o privativo quando, na verdade, o ideal é ser público e eficiente. Não misturou o suor com seus pares paralelos porque sentia-se acima de tudo e de todos. Se isso não é buscar o isolamento político, então o que é?
É a segunda vez que SC viveu sua insegurança neste processo político e, portanto, com referenciais negativos em relação à indigesta e cansativa cassação.
Política é um seguimento e, quando adotado na força que exala, tira e arrasta com determinação o que todos sabem. Nada pode superar a boa e maravilhosa relação de diálogo, aperto de mão, demonstração de humildade. Carlos Moisés negou isso a que lhe estendeu a atenção merecida.
Quando teve a oportunidade de falar aos deputados, ficou três minutos na Tribuna. Não falou nada porque, de fato, não tem nada a falar. E ficou refém de si mesmo.
Sua queda, ao lado da sua parceira de chapa, que igualmente cai pela dupla força de erro que o titular oferecia, não confirmou sua existência política e desabou junto porque sempre foi pior.
Ontem finalizou-se um desastroso episódio político que, sabe-se, não deveria ter ocorrido.
A saída da dupla, nos próximos dias, será a conformação de ontem. São dias, só tempos, são finais. Nada pode se sustentar no ar por muito tempo. Nada, neste caso o governo, teve duração em seu tempo e, portanto, terminou como nada novamente. Não vai fazer falta. O melhor é esquecer o que ficou marcado pela dor, pelo vazio, pelo desacordo.
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