A falta de esperança é um veneno que pouco a pouco apaga sonhos, motivações e energias. É uma camada de decepção permanente.
É aquela sensação que nos faz respirar através da amargura até nos mergulhar em uma armadilha psicológica muito perigosa. Porque com o tempo, esses estados nos deixam muito vulneráveis à depressão e a outros transtornos com um alto custo emocional.
Na prática clínica do dia a dia, sabemos que grande parte das condições psicológicas dispõem de intervenções estabelecidas que podem servir de ajuda às pessoas.
Sabemos, por exemplo, qual terapia e quais estratégias oferecer a um paciente com um transtorno de ansiedade, com um transtorno de estresse pós-traumático, com fobias, etc.
No entanto, há outras realidades que, por mais curioso que pareça, são altamente desafiadoras para qualquer profissional.
Falamos de situações nas quais alguém diz ter perdido o sentido da vida, alguém que se sente aprisionado pela falta de esperança, alguém que sofre emocionalmente sem saber muito bem a razão…
Esses estados nem sempre aparecem no DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais). São muitos os pacientes que ainda não cruzaram essa linha a partir da qual existe uma condição clínica.
A falta de esperança, longe de possuir apenas uma explicação, tem na verdade uma complexa rede de dinâmicas e processos internos muito significativos.
Isso faz com que, por exemplo, seja tão complicado para a pessoa responder por quais motivos ela se sente sem esperança.
Um aspecto que não podemos deixar de lado ao viver toda essa sintomatologia é que, se essas dinâmicas psicológicas e comportamentais forem persistentes, abriremos caminho a um evidente processo depressivo.
No entanto, estão no abismo, na beira desse precipício, momento no qual é necessária uma rápida intervenção para que não caiam, para que se possa agir a tempo.
Porque se há algo que a maioria de nós sabemos é que a falta de esperança é uma crença perigosa e irracional que faz a pessoa chegar a pensar que tudo, absolutamente tudo, está perdido…
A falta de esperança, geralmente, vem e vai. É uma inquilina incômoda que nos visita em determinadas épocas, mas que aos poucos tende a desaparecer quando mudamos a perspectiva ou colocamos novos hábitos em prática.
Alguns estudos, como o realizado pela Universidade de Twente, na Holanda, afirmam que a falta de esperança costuma estar vinculada ao nosso estilo de personalidade.
Há perfis com uma maior tendência ao pessimismo e à vulnerabilidade. No entanto, isso não quer dizer que estejam obrigatoriamente destinados a sofrer uma depressão após a outra.
Todos nós temos a possibilidade (e a obrigação) de fazer uso de recursos pessoais adequados para enfrentar a falta de esperança. Algumas dicas para refletir são as seguintes:
Deixadinha...
“A falta de esperança se baseia no que sabemos, que é nada. E a esperança se fundamenta no que ignoramos, que é tudo”.
- Maurice Maeterlinck-
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